Brasileiro Jo Matumoto em ação nas divisões de base do Blue Jays (foto: MLB)
Por Fernando Andrade
Algumas vezes, paro para pensar e chego à conclusão de que algumas pessoas têm razão quando dizem que o beisebol é o mais complicado dos esportes. Não tanto pela regra, mas por tudo que envolve seu principal campeonato. O caminho para a carreira nas Grandes Ligas é um exemplo disso.
Qualquer pessoa que acompanhe as principais ligas esportivas dos Estados Unidos sabe que o draft é a principal fonte de atletas para as equipes. No geral, existe uma ordem de escolha e uma lista de jogadores candidatos, em sua maioria, universitários americanos. O primeiro time da ordem seleciona o atleta que lhe interessa, depois vem a segunda equipe, a terceira, assim sucessivamente.
Na NBA, só nos últimos anos, tivemos as escolhas de LeBron James, Yao Ming e Carmelo Anthony, por exemplo. No futebol americano, os times da NFL usam o mesmo sistema para suprir suas necessidades de jogadores: os lendários quarterbacks John Elway e Dan Marino foram selecionados por Baltimore Colts e Miami Dolphins, respectivamente, na primeira rodada do draft de 1983.
Mas e no beisebol?
Bem, a MLB é um caso a parte no esporte americano. Há sete anos não temos nenhum jogador “draftado” que tenha ido direto para uma equipe da Major League. O último foi o infielder Xavier Nady, então escolhido pelo San Diego Padres e que só fez um jogo pela equipe durante seu primeiro ano como profissional. Na verdade, ele só teve uma oportunidade no bastão e, depois, foi enviado para as Minor Leagues, onde as equipes da MLB mantém seu farm system, que serve para amadurecer os jogadores, que atuam pelos clubes afiliados até que eles tenham condições de integrar os clubes principais.
A Minor League Baseball, para facilitar – ou complicar – a compreensão, é dividida em diversas categorias, destacando-se a AAA como a mais forte e decrescendo em AA, A Avançado, A, A de temporada curta, até chegar a Rookie. Cada uma dessas categorias divide-se em ligas menores, como: Liga Internacional, Liga Mexicana e Liga da Costa do Pacífico, só para citar a AAA. Compliquei mais?
Em um português mais claro, dificilmente um jogador sai do draft direto para a MLB. Quando selecionado por um time da Major League, o atleta, invariavelmente, é encaminhado pelo clube para seus times nas categorias de base. Um bom exemplo disso é o segunda-base do Boston Red Sox, Dustin Pedroia, que essa semana recebeu o prêmio de Rookie of the Year (Melhor Calouro do Ano). Em 2004, Pedroia, que jogava pela Universidade Arizona State, foi selecionado pelo Red Sox e enviado para os times de base, até que o Boston solicitasse sua promoção ao Pawtucket Red Sox (equipe B do clube de Boston).
Mas não são só os jogadores provenientes das universidades que integram os times da Minor League Baseball. Como o beisebol é o mais globalizado dos esportes profissionais americanos, é muito comum que jogadores estrangeiros passem algumas temporadas de observação e, principalmente, adaptação nas equipes de base. Claro que alguns, já grandes estrelas em seus países, seguem direto para as grandes equipes, mas a maioria ainda rói bastante o osso, antes de chegar ao tão saboroso steak que é a vida de um profissional da MLB.
Alguns brasileiros também enfrentam a rotina dura das equipes da Minor League, enquanto sonham com a vida de astros do beisebol americano. O arremessador Jô Matumoto defende o New Hampshire Fisher Cats (AA do Toronto Blue Jays). Já o jardineiro-central Paulo Orlando joga pelos Winston-Salem Warthogs (A do Chicago White Sox).
Além deles, muitos outros já passaram pela mesma situação, mas nenhum se destacou tanto quanto o arremessador José Pett, que foi o brasileiro com mais chances de jogar na Major League. Segundo os olheiros do Toronto Blue Jays na época, 1991, José Pett, aos 16 anos, foi o arremessador mais bem preparado que já existiu com sua faixa etária. De fato, eles gostaram tanto que lhe deram um contrato de 700 mil dólares. Entretanto, por causa de uma série de lesões, José Pett, que chegou ao Syracuse Chiefs (AAA do Blue Jays) não conseguiu atingir o nível esperado pela equipe canadense. Ele defendeu, ainda, equipes de base do Pittsburgh Pirates e do Cleveland Indians.
Vamos torcer para que, em breve, tenhamos um brasileiro chegando a uma equipe da Major League Baseball. Seria um importante empurrão para o crescimento do esporte no Brasil.
***
Primeiros dias de liberdade para os clubes negociarem com os jogadores sem contrato, mas o primeiro grande negócio a ser fechado foi uma renovação. O catcher Jorge Posada fica nos Yankees por mais quatro anos e vai receber a bagatela de 52,4 milhões de dólares.
Qualquer pessoa que acompanhe as principais ligas esportivas dos Estados Unidos sabe que o draft é a principal fonte de atletas para as equipes. No geral, existe uma ordem de escolha e uma lista de jogadores candidatos, em sua maioria, universitários americanos. O primeiro time da ordem seleciona o atleta que lhe interessa, depois vem a segunda equipe, a terceira, assim sucessivamente.
Na NBA, só nos últimos anos, tivemos as escolhas de LeBron James, Yao Ming e Carmelo Anthony, por exemplo. No futebol americano, os times da NFL usam o mesmo sistema para suprir suas necessidades de jogadores: os lendários quarterbacks John Elway e Dan Marino foram selecionados por Baltimore Colts e Miami Dolphins, respectivamente, na primeira rodada do draft de 1983.
Mas e no beisebol?
Bem, a MLB é um caso a parte no esporte americano. Há sete anos não temos nenhum jogador “draftado” que tenha ido direto para uma equipe da Major League. O último foi o infielder Xavier Nady, então escolhido pelo San Diego Padres e que só fez um jogo pela equipe durante seu primeiro ano como profissional. Na verdade, ele só teve uma oportunidade no bastão e, depois, foi enviado para as Minor Leagues, onde as equipes da MLB mantém seu farm system, que serve para amadurecer os jogadores, que atuam pelos clubes afiliados até que eles tenham condições de integrar os clubes principais.
A Minor League Baseball, para facilitar – ou complicar – a compreensão, é dividida em diversas categorias, destacando-se a AAA como a mais forte e decrescendo em AA, A Avançado, A, A de temporada curta, até chegar a Rookie. Cada uma dessas categorias divide-se em ligas menores, como: Liga Internacional, Liga Mexicana e Liga da Costa do Pacífico, só para citar a AAA. Compliquei mais?
Em um português mais claro, dificilmente um jogador sai do draft direto para a MLB. Quando selecionado por um time da Major League, o atleta, invariavelmente, é encaminhado pelo clube para seus times nas categorias de base. Um bom exemplo disso é o segunda-base do Boston Red Sox, Dustin Pedroia, que essa semana recebeu o prêmio de Rookie of the Year (Melhor Calouro do Ano). Em 2004, Pedroia, que jogava pela Universidade Arizona State, foi selecionado pelo Red Sox e enviado para os times de base, até que o Boston solicitasse sua promoção ao Pawtucket Red Sox (equipe B do clube de Boston).
Mas não são só os jogadores provenientes das universidades que integram os times da Minor League Baseball. Como o beisebol é o mais globalizado dos esportes profissionais americanos, é muito comum que jogadores estrangeiros passem algumas temporadas de observação e, principalmente, adaptação nas equipes de base. Claro que alguns, já grandes estrelas em seus países, seguem direto para as grandes equipes, mas a maioria ainda rói bastante o osso, antes de chegar ao tão saboroso steak que é a vida de um profissional da MLB.
Alguns brasileiros também enfrentam a rotina dura das equipes da Minor League, enquanto sonham com a vida de astros do beisebol americano. O arremessador Jô Matumoto defende o New Hampshire Fisher Cats (AA do Toronto Blue Jays). Já o jardineiro-central Paulo Orlando joga pelos Winston-Salem Warthogs (A do Chicago White Sox).
Além deles, muitos outros já passaram pela mesma situação, mas nenhum se destacou tanto quanto o arremessador José Pett, que foi o brasileiro com mais chances de jogar na Major League. Segundo os olheiros do Toronto Blue Jays na época, 1991, José Pett, aos 16 anos, foi o arremessador mais bem preparado que já existiu com sua faixa etária. De fato, eles gostaram tanto que lhe deram um contrato de 700 mil dólares. Entretanto, por causa de uma série de lesões, José Pett, que chegou ao Syracuse Chiefs (AAA do Blue Jays) não conseguiu atingir o nível esperado pela equipe canadense. Ele defendeu, ainda, equipes de base do Pittsburgh Pirates e do Cleveland Indians.
Vamos torcer para que, em breve, tenhamos um brasileiro chegando a uma equipe da Major League Baseball. Seria um importante empurrão para o crescimento do esporte no Brasil.
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Primeiros dias de liberdade para os clubes negociarem com os jogadores sem contrato, mas o primeiro grande negócio a ser fechado foi uma renovação. O catcher Jorge Posada fica nos Yankees por mais quatro anos e vai receber a bagatela de 52,4 milhões de dólares.
E vale cada centavo pago por George Steinbrenner.
Fernando Andrade passou de fã a companheiro de transmissões de Ivan Zimmerman. Jornalista, trabalhou nas rádios Tupi, Nativa, Jovem Pan e Paradiso. É jogador, treinador e presidente da Federação Carioca de Beisebol e Softbol, e escreve sobre o esporte às quartas-feiras.
Um comentário:
issae, zeh...
isso eh uma das coisas q eu mais gosto na MLB...
e gostei do exemplo, sempre bom citar jogadores do Boston...
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