Versatilidade: Michael Phelps é jóia raríssima na natação (foto: divulgação)
Por Lydia Gismondi
A nova geração da natação brasileira tem mostrado que é bastante talentosa. E, ao que tudo indica, nos próximos anos não teremos apenas um ou dois destaques, teremos vários. Uma das características da atual seleção brasileira é a versatilidade, uma tendência que cresce depois do surgimento de Michael Phelps. Refiro-me ao número cada vez maior de atletas brasileiros se destacando em várias modalidades. Mas ainda acho que essa "euforia" precisa ser repensada. Nem sempre quantidade é sinal de qualidade.
Thiago Pereira é o primeiro grande exemplo disto. Ele se destaca em todas as modalidades. No Pan, por exemplo, foi ouro nas seguintes provas: 200m e 400m medley, 200m costas, 200m peito e revezamentos 4x200m livre e 4x100m livre. Borboleta foi a única modalidade que ele não disputou.
Lucas Salatta e Gabriel Mangabeira ainda não tiveram o mesmo destaque que Thiago Pereira, mas também são bons exemplos da versatilidade dos atuais atletas brasileiros. Na última etapa da Copa do Mundo, Salatta participou de seis provas: 200m livre, 200m costas, 200m borboleta, 100m, 200m e 400m medley. Lucas conquistou a medalha de prata nos 400m medley e bronze nos 200m costas. Mangabeira até tem sua preferência, borboleta, mas também costuma competir nos nados medley, costas e livre. Na etapa de Durban da Copa do Mundo deste ano, o atleta foi ouro nos 100m borboleta.
Thiago, Salatta e Mangabeira são apenas três nadadores de uma nova geração que parece ser muito mais completa que a de alguns anos atrás. Mas agora entramos em uma nova questão: será que ter mais opções de provas para disputar significa automaticamente ter mais chances de medalhas? Precisamos ter muita calma quanto a isso, já que, se formos buscar exemplos do passado, vamos ver que nem sempre quantidade é sinal de qualidade.
Gustavo Borges nunca se destacou mundialmente em outras modalidades a não ser a livre. Foi apenas com esse nado que o brasileiro foi quatro vezes medalhista olímpico. Fernando Scherer, o Xuxa, foi um nadador um pouco mais versátil que o Gustavo, já que o brasileiro conquistou bons resultados em duas modalidades (livre e borboleta). Mesmo assim, apenas no nado livre garantiu duas medalhas de bronze olímpicas.
Tenho minhas dúvidas sobre as vantagens de ser um nadador versátil. Imagino que treinar para várias modalidades acaba dificultando uma grande evolução em pelo menos uma delas. Parece que um nadador que compete em várias modalidades terá, geralmente, resultados bons, e não excepcionais, que um especialista em uma única modalidade pode conseguir. A não ser, é claro, casos que ultrapassam os limites humanos… nesses casos, incluo Phelps. Sim, porque ele não dá para servir de base para nenhuma comparação que eu queira fazer aqui.
Nos dias atuais, temos dois bons exemplos dos dois tipos de atletas: Thiago Pereira e César Cielo. Thiago é muito mais completo, só no Pan foram seis ouros. Já Cielo, nada apenas a modalidade livre, assim como Gustavo Borges. É um atleta explosivo e totalmente especializado e concentrado nesta modalidade. No Pan, conquistou três ouros, todos nadando livre. Analisando os tempos dos dois atletas em todas as provas, apenas César Cielo conquistaria uma medalha de ouro no Mundial de Melbourne.Thiago sequer subiria ao pódio em nenhuma das provas que foi ouro no Pan.
Portanto, me preocupo com essa "moda" atual de nadar várias provas diferentes. Afinal, não é todo dia que surge um Phelps por aí...
E você? O que acha? Deixe aqui a sua opinião!
Thiago Pereira é o primeiro grande exemplo disto. Ele se destaca em todas as modalidades. No Pan, por exemplo, foi ouro nas seguintes provas: 200m e 400m medley, 200m costas, 200m peito e revezamentos 4x200m livre e 4x100m livre. Borboleta foi a única modalidade que ele não disputou.
Lucas Salatta e Gabriel Mangabeira ainda não tiveram o mesmo destaque que Thiago Pereira, mas também são bons exemplos da versatilidade dos atuais atletas brasileiros. Na última etapa da Copa do Mundo, Salatta participou de seis provas: 200m livre, 200m costas, 200m borboleta, 100m, 200m e 400m medley. Lucas conquistou a medalha de prata nos 400m medley e bronze nos 200m costas. Mangabeira até tem sua preferência, borboleta, mas também costuma competir nos nados medley, costas e livre. Na etapa de Durban da Copa do Mundo deste ano, o atleta foi ouro nos 100m borboleta.
Thiago, Salatta e Mangabeira são apenas três nadadores de uma nova geração que parece ser muito mais completa que a de alguns anos atrás. Mas agora entramos em uma nova questão: será que ter mais opções de provas para disputar significa automaticamente ter mais chances de medalhas? Precisamos ter muita calma quanto a isso, já que, se formos buscar exemplos do passado, vamos ver que nem sempre quantidade é sinal de qualidade.
Gustavo Borges nunca se destacou mundialmente em outras modalidades a não ser a livre. Foi apenas com esse nado que o brasileiro foi quatro vezes medalhista olímpico. Fernando Scherer, o Xuxa, foi um nadador um pouco mais versátil que o Gustavo, já que o brasileiro conquistou bons resultados em duas modalidades (livre e borboleta). Mesmo assim, apenas no nado livre garantiu duas medalhas de bronze olímpicas.
Tenho minhas dúvidas sobre as vantagens de ser um nadador versátil. Imagino que treinar para várias modalidades acaba dificultando uma grande evolução em pelo menos uma delas. Parece que um nadador que compete em várias modalidades terá, geralmente, resultados bons, e não excepcionais, que um especialista em uma única modalidade pode conseguir. A não ser, é claro, casos que ultrapassam os limites humanos… nesses casos, incluo Phelps. Sim, porque ele não dá para servir de base para nenhuma comparação que eu queira fazer aqui.
Nos dias atuais, temos dois bons exemplos dos dois tipos de atletas: Thiago Pereira e César Cielo. Thiago é muito mais completo, só no Pan foram seis ouros. Já Cielo, nada apenas a modalidade livre, assim como Gustavo Borges. É um atleta explosivo e totalmente especializado e concentrado nesta modalidade. No Pan, conquistou três ouros, todos nadando livre. Analisando os tempos dos dois atletas em todas as provas, apenas César Cielo conquistaria uma medalha de ouro no Mundial de Melbourne.Thiago sequer subiria ao pódio em nenhuma das provas que foi ouro no Pan.
Portanto, me preocupo com essa "moda" atual de nadar várias provas diferentes. Afinal, não é todo dia que surge um Phelps por aí...
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Lydia Gismondi tem mil e uma utilidades. Foi remadora do Botafogo. Trabalhou na assessoria Media Guide, e atualmente é repórter do Globoesporte.com. Escreve sobre esportes aquáticos às quintas-feiras.
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