Felipe Massa venceu o GP da Turquia no último domingo e esquentou o Mundial de F-1, mas será mesmo que colocou fogo, como andam dizendo? Ainda acho que foi apenas uma faísca. Faltando cinco corridas para o final da temporada, ele está "apenas" 15 pontos atrás do líder Lewis Hamilton (entre eles, Fernando Alonso; logo atrás, Kimi Raikkonen).
A julgar pelo que disse a imprensa brasileira, Massa está de volta à briga, em posição de lutar pelo título que o Brasil persegue desde 1991, quando Ayrton Senna conquistou o tricampeonato. Será mesmo? Sim, o campeonato está equilibrado como não se via há mais de 20 anos, mas, ao contrário do que imagina quem torce para o brasileiro, é justamente este equilíbrio (segundo o Houaiss, "igualdade de força entre duas ou mais coisas, pessoas ou grupos em oposição") que torna mínimas as chances de Massa ou Raikkonen tirarem a taça das mãos do inglês.
Em 12 provas, cada um dos quatro primeiros colocados venceu três vezes. A diferença está na regularidade. O inglês subiu ao pódio dez vezes e só não pontuou em uma ocasião. O espanhol tem oito pódios, mas em compensação é o único que marcou pontos em todas as corridas. Já os ferraristas abandonaram duas vezes cada, por isso não dependem mais apenas de suas próprias forças.
É fato que a Ferrari parece estar em melhor fase, crescendo na reta final, mas nem uma improvável seqüência de cinco vitórias é suficiente para mudar o quadro - com quatro ou até três vitórias (dependendo do que fizer Alonso), Hamilton liqüida a fatura. Massa e Raikkonen precisam vencer um ao outro e ainda "secar" os pilotos da McLaren, o que tem sido tarefa inglória em 2007.
Os tifosi mais otimistas argumentam que os cinco circuitos restantes favorecem a escuderia italiana. Isso pode até ser verdade em Monza, onde os donos da casa venceram quatro vezes nos últimos cinco anos (embora no ano passado a pole positon e a volta mais rápida tenham sido de Kimi Raikkonen, então na McLaren).
Mas a teoria já cai por terra na etapa seguinte, no circuito belga de Spa-Francorchamps. Ausente em 2006, o GP da Bélgica foi vencido pela McLaren, ainda com Raikkonen, em suas duas últimas edições. Muita coisa mudou nesses dois anos, mas a última vez que a Ferrari se deu bem lá foi ainda mais longe, em 2002, quando Michael Schumacher era imbatível.
No Japão, a relação de forças entre as duas equipes é uma incógnita, já que a categoria não corre na pista do Monte Fuji há exatos 30 anos. Só a título de curiosidade (ou superstição): na última vez, em 1977, deu McLaren com James Hunt, mas o título ficou com Niki Lauda, da Ferrari.
Em três corridas realizadas na China, a Ferrari ganhou duas, a última delas com Michael Schumacher em 2006. Embora estivesse pilotando uma Renault, Fernando Alonso também venceu uma (a outra ficou com Barrichello) e largou na pole duas vezes, ou seja, o bicampeão mundial gosta de correr lá e tem braço de sobra para descontar uma eventual desvantagem de seu equipamento.
No Brasil, deu Massa em 2006, mas a McLaren havia vencido no ano anterior com Montoya. Além disso, as características da pista e o clima de São Paulo tornam o GP brasileiro um dos mais imprevisíveis da F-1. Nos últimos cinco anos, foram quatro vencedores diferentes. Só Montoya repetiu a dose, mas com carros diferentes (Williams em 2004 e McLaren em 2005).
Só para completar o banho de matemática fria sobre o ufanismo exagerado (de quem Rubens Barrichello foi vítima durante toda a sua carreira), em 57 anos de F-1, somente três pilotos conseguiram virar o jogo após estarem em terceiro lugar ou abaixo a cinco corridas do fim do campeonato: Alain Prost em 1986 (11 pontos atrás de Nigel Mansell), Keke Rosberg em 1982 (16 pontos atrás de Didier Pironi, que depois disso não correu quatro GPs) e John Surtees em 1964 (20 pontos atrás de Jim Clark).
A julgar pelo que disse a imprensa brasileira, Massa está de volta à briga, em posição de lutar pelo título que o Brasil persegue desde 1991, quando Ayrton Senna conquistou o tricampeonato. Será mesmo? Sim, o campeonato está equilibrado como não se via há mais de 20 anos, mas, ao contrário do que imagina quem torce para o brasileiro, é justamente este equilíbrio (segundo o Houaiss, "igualdade de força entre duas ou mais coisas, pessoas ou grupos em oposição") que torna mínimas as chances de Massa ou Raikkonen tirarem a taça das mãos do inglês.
Em 12 provas, cada um dos quatro primeiros colocados venceu três vezes. A diferença está na regularidade. O inglês subiu ao pódio dez vezes e só não pontuou em uma ocasião. O espanhol tem oito pódios, mas em compensação é o único que marcou pontos em todas as corridas. Já os ferraristas abandonaram duas vezes cada, por isso não dependem mais apenas de suas próprias forças.
É fato que a Ferrari parece estar em melhor fase, crescendo na reta final, mas nem uma improvável seqüência de cinco vitórias é suficiente para mudar o quadro - com quatro ou até três vitórias (dependendo do que fizer Alonso), Hamilton liqüida a fatura. Massa e Raikkonen precisam vencer um ao outro e ainda "secar" os pilotos da McLaren, o que tem sido tarefa inglória em 2007.
Os tifosi mais otimistas argumentam que os cinco circuitos restantes favorecem a escuderia italiana. Isso pode até ser verdade em Monza, onde os donos da casa venceram quatro vezes nos últimos cinco anos (embora no ano passado a pole positon e a volta mais rápida tenham sido de Kimi Raikkonen, então na McLaren).
Mas a teoria já cai por terra na etapa seguinte, no circuito belga de Spa-Francorchamps. Ausente em 2006, o GP da Bélgica foi vencido pela McLaren, ainda com Raikkonen, em suas duas últimas edições. Muita coisa mudou nesses dois anos, mas a última vez que a Ferrari se deu bem lá foi ainda mais longe, em 2002, quando Michael Schumacher era imbatível.
No Japão, a relação de forças entre as duas equipes é uma incógnita, já que a categoria não corre na pista do Monte Fuji há exatos 30 anos. Só a título de curiosidade (ou superstição): na última vez, em 1977, deu McLaren com James Hunt, mas o título ficou com Niki Lauda, da Ferrari.
Em três corridas realizadas na China, a Ferrari ganhou duas, a última delas com Michael Schumacher em 2006. Embora estivesse pilotando uma Renault, Fernando Alonso também venceu uma (a outra ficou com Barrichello) e largou na pole duas vezes, ou seja, o bicampeão mundial gosta de correr lá e tem braço de sobra para descontar uma eventual desvantagem de seu equipamento.
No Brasil, deu Massa em 2006, mas a McLaren havia vencido no ano anterior com Montoya. Além disso, as características da pista e o clima de São Paulo tornam o GP brasileiro um dos mais imprevisíveis da F-1. Nos últimos cinco anos, foram quatro vencedores diferentes. Só Montoya repetiu a dose, mas com carros diferentes (Williams em 2004 e McLaren em 2005).
Só para completar o banho de matemática fria sobre o ufanismo exagerado (de quem Rubens Barrichello foi vítima durante toda a sua carreira), em 57 anos de F-1, somente três pilotos conseguiram virar o jogo após estarem em terceiro lugar ou abaixo a cinco corridas do fim do campeonato: Alain Prost em 1986 (11 pontos atrás de Nigel Mansell), Keke Rosberg em 1982 (16 pontos atrás de Didier Pironi, que depois disso não correu quatro GPs) e John Surtees em 1964 (20 pontos atrás de Jim Clark).
Enfim, ainda falta muito tempo (52 dias ou 1248 horas ou 74.880 minutos ou 4.492.800 segundos) e chão (cerca de 1.533 km, sem contar testes e treinos) para o campeonato acabar. A frieza dos números, porém, mostra que a faísca acendida por Massa na Turquia ainda é pouco para fazer o Mundial realmente pegar fogo. E a menos que a sorte faça a balança pender para o lado vermelho, o quente da disputa será mesmo entre Hamilton e Alonso.
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