quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Clubes modestos, rivalidades grandiosas

Torcida do Brasil de Pelotas provoca o arqui-rival da cidade (foto: arquivo pessoal)

Por Márcio Menezes

Nem sempre é fácil explicar uma rivalidade. Não necessariamente ela é exclusividade dos gigantes, quase sempre envolvidos em grandes disputas e duelos históricos. Entretanto, vive-se este espírito em provocações históricas, como a promovida neste último final de semana pela torcida do Brasil-RS em "homenagem" ao Pelotas, eterno rival na cidade de mesmo nome.

Os dois clubes, tradicionais no interior gaúcho, não vivem o melhor momento de sua existência. O Brasil, guiado pela fanática torcida xavante (assim são conhecidos seus torcedores) viu seu time cair na fase inicial da Série C do Brasileirão e teve que se contentar em acompanhar a Copa Paulo Rogério Amoretty (clone da Copa Rio e da Copa FPF) no segundo semestre. Nada que empolgue um fanático. Porém, se o rival está ainda mais embaixo, há chance para a zoação.

O Pelotas, ainda mais antigo que o rival, já que foi fundado em 1908, se encontra em situação ainda mais complicada. O Lobo, treinado por Agnaldo Liz, ex-zagueiro do Fla e do Palmeiras, perdeu para o Internacional de Santa Maria e deu adeus ao sonho de voltar à elite do estado no ano de seu centenário. Um prato cheio para o Brasil tripudiar do sofrimento alheio.

No mesmo dia, jogando em sua casa contra o Garibaldi pela Copinha, os Xavantes deram o seu maldoso grito contra o arqui-rival. Foi realizado o enterro do Lobo, para o delírio dos rubro-negros que lotaram o Bento de Freitas. Para completar a festa, o Brasil venceu por 3 a 1 e completou 15 jogos sem derrota.

Nenhum dos dois têm muitos títulos (um estadual distante pra cada: Brasil em 1919 e Pelotas em 1930). Nenhum dos dois vibra com a presença de grandes craques em seus quadros. Mas um não vive sem o outro. Nessas horas, o resto pouco interessa: o que vale mesmo é curtir com o rival. Que todos os "confrontos" sejam saudáveis como esse.

Série C: Cinco classificados para o octogonal final

Faltam apenas três vagas na fase final da Terceirona: ABC, Nacional-PB, Barras-PI, Vila Nova e CRAC esperam os outros três integrantes da finalíssima. Os grandes Bahia e América não dependem mais de si para avançar. O domingo será de muitas emoções.

Gol 800 é adiado

Com a provável utilização de reservas pelo Vila Nova no último jogo da terceira fase, contra o Esportivo, o artilheiro Túlio terá que esperar o octogonal final para marcar o gol 800.

Série B do Rio

Estão formados os grupos para a próxima fase. Confira!

Grupo E - Macaé Esporte (1º A), Duque de Caxias (2º B), Goytacaz (3º C) e Tigres (4º D)
Grupo F – Mesquita (1º B), São Cristóvão (2º C), Villa Rio (3º D) e Independente (4º A)
Grupo G – Guanabara (1º C), Olaria (2º D), Cardoso Moreira (3º A) e Bangu (4º B)
Grupo H – Resende (1º D), Floresta (2º A), CFZ (3º B) e Portuguesa (4º C)

Grupo da Morte (para definir o rebaixamento) - Artsul, Rubro, Profute e CAEC

Você conhece?

Resende F.C.

Durante muito tempo, uma das maiores cidades do interior fluminense ficou sem um clube de futebol. Entretanto, esta década marcou a volta do Resende às competições oficiais e hoje, fazendo boa campanha na Segundona, está bem vivo o sonho do Sul Fluminense ter mais um time na elite do estado.

O alvinegro, fundado em 1909, estava há mais de 30 anos sem disputar torneios até que, no ano passado, o clube firmou uma parceria com uma empresa de marketing esportivo para voltar ao profissionalismo. Os resultados vieram rápido: o time subiu da Terceirona em 2006 e vem fazendo ótima campanha na Série B deste ano. O Resende obteve a sua classificação para a segunda fase do torneio alcançando a liderança do Grupo D, superando times tradicionais, como o Olaria.

Apesar de possuir um estádio próprio, o Resende manda os seus jogos no confortável Estádio do Trabalhador, pertencente ao SESI, também localizado na cidade. Em campo, o time possui até um Campeão Mundial de Clubes pelo Corinthians em 2000, o zagueiro Márcio Costa, ex-jogador de Flamengo e Fluminense.

Márcio Menezes é alternativo por natureza. Torcedor fanático do América, do Rio, é profissional de boliche e de futebol de mesa. Trabalhou na assessoria de imprensa do América e foi colunista do Globoesporte.com. Escreve sobre futebol alternativo às quintas-feiras.

Nenhum comentário: