quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Contagem regressiva

Kevin Garnett tenta quebrar dois jejuns na temporada (foto: Getty Images)

Por Marcelo Monteiro

A temporada da NBA começa no dia 30 e os times já iniciaram a pré-temporada, com jogos não só dentro dos Estados unidos, mas também na China, Espanha, Inglaterra, Itália e Turquia. A redução da diferença entre o basquete jogado na Liga e fora das fronteiras americanas ficou evidente logo nos três primeiros duelos com equipes estrangeiros: o Minnesota e Toronto bateram com dificuldade o Efes Pilsen (Turquia) e Lottomatica Roma (Itália), respectivamente. O Memphis fez pior, perdendo para o Unicaja Málaga (Espanha).

Durante três semanas, vamos neste espaço traçar os perfis dos 30 times que vão buscar a taça mais desejada do basquete mundial. Use a caixa de comentários para fazer suas análises sobre os times e dar seu palpite sobre quem vai ser o campeão da NBA. Começo pelos times das divisões do Atlântico e Sudeste.

DIVISÃO DO ATLÂNTICO

BOSTON CELTICS
De pior time do Leste na temporada passada a candidato ao título da Conferência agora. Esta é a trajetória do Boston em três meses. A razão desta mudança tem nome e sobrenome: Kevin Garnett. Um dos primeiros adolescentes a pular diretamente do 2º grau para a NBA, Garnett deixou o Minnesota após 12 anos para tentar quebrar dois jejuns: o particular - nunca foi, ao menos, campeão de Conferência -, e do Boston, que não comemora um título desde 1986, apesar de ainda ser o recordista de anéis (16). Com Garnett, Ray Allen e Paul Pierce, o Boston tem um dos melhores trios da NBA. O problema é que o orçamento foi quase todo consumido com os astros e o restante do elenco é apenas regular. Uma das apostas é o uruguaio Batista, destaque do Pan. A torcida do Celtics reza para que o trio de astros tenha fôlego para passar a temporada sem lesões, que comprometeriam bastante as chances do time.

NEW YORK KNICKS
Longe dos playoffs há longas seis temporadas, o Knicks segue em sua batalha milionária para dar alegrias à fanática torcida da capital do mundo. A equipe segue investindo o que tem e o que não tem (é dona da maior folha salarial da NBA), mas não consegue resultados. A aposta desta temporada é Zach Randolph, um talentoso ala contratado junto ao Portland, que se junta a um elenco repleto de nomes de potencial (Eddie Curry, Jamal Crawford, Nate Robinson, David Lee), liderado pelo experiente Stephon Marbury. Mas falta química. E tranqüilidade. O treinador-dirigente Isaiah Thomas tem que dividir sua preocupação em armar o time com um processo de assédio sexual contra ex-funcionária do clube. O elenco é bom, mas os problemas extra-Madison Square Garden comprometem as possibilidades do time.

NEW JERSEY NETS
Eliminado pelo Cleveland na segunda rodada dos playoffs da temporada passada por 4 a 2, o New Jersey Nets não fez grandes mudanças para 2007/08 e não deve conseguir um desempenho melhor. A equipe segue calcada no multitalento de Jason Kidd; nas acrobacias, muitas vezes inúteis, de Vince Carter; e nos rebotes de Richard Jefferson. A diretoria do time tentou tirar Jermaine O'Neal do Indiana Pacers, oferecendo Jefferson e o sérvio Nenad Krstic em troca. O Pacers não topou, impedindo o Nets de contar com um trio de altíssimo nível. Resta torcer para que o sérvio, que perdeu toda a temporada passada por lesão, mostre jogo e que o experiente Jamaal Magloire reforce o garrafão do time.

PHILADELPHIA 76ERS
O Sixers ainda tenta se recuperar depois do trauma causado pela saída de Allen Iverson para o Denver Nuggets. Por pouco, a equipe não chegou aos playoffs no campeonato 2006/07 e as perspectivas atuais são as mesmas: lutar por uma das últimas vagas na pós-temporada. Os destaques do grupo são dois 'Andres' (Miller e Iguodala), o haitiano-canadense Samuel Dalembert e o jovem Kyle Korver, especialista em três pontos. O ala Reggie Evans, forte nos rebotes, também pode se tornar peça importante.

TORONTO RAPTORS
O time canadense rivaliza com o Atlanta Hawks como o que pior escolhe seu jogadores no draft. Depois de optar pelo brasileiro Baby, na temporada passada optou pelo italiano Andrea Bargnani como número um do draft. Bargnani ainda não mostrou a que veio e o time segue dependente do talento do craque Chris Bosh. Para o próximo campeonato, a diretoria segue investindo em estrangeiros. Além de Bargnani, o Raptors conta com mais quatro: os espanhóis Jose Calderon e Jorge Garbajosa, o esloveno Rasho Nesterovic e o argentino Carlos Delfino, contratado junto ao Detroit Pistons. Outra novidade é Jason Kapono, vindo do Miami Heat.

DIVISÃO SUDESTE

ATLANTA HAWKS
Com um dos elencos com menor média de idade da liga, a equipe tenta transformar o potencial em resultados. Depois de uma seqüência de escolhas equivocadas no draft (poderia ter hoje no elenco Pau Gasol, Chris Paul e Brandon Roy), a equipe foi elogiada nos EUA ao escolher o ala-pivô Al Horford, campeão universitário com a Flórida, e o armador Acie Law, para cobrir a posição mais carente do time. E conta com os talentosos Joe Johnson e Josh Smith. Se chegar aos playoffs, já cumprirá sua missão.

CHARLOTTE BOBCATS
Com Michael Jordan à frente do time, o Charlotte...Oops. Não. Jordan não voltou às quadras, mas como principal executivo do time, o maior jogador de todos os tempos enfrenta um novo grande desafio: fazer com o que mais novo clube da NBA, do estado em que surgiu para o basquete (Carolina do Norte), se torne um time vencedor. Uma grande contratação Jordan conseguiu articular: o ala-armador Jason Richardson, principal jogador do Golden State Warriors nos últimos anos. O elenco conta também com o jovem ala-pivô Emeka Okafor. Mas perdeu por toda a temporada o ala Sean May, machucado. Mesmo com Richardson, ainda parece pouco para chegar os playoffs.

MIAMI HEAT
Campeão em 2005/06, o time da Flórida busca a reconstrução após ser eliminado na primeira rodada dos playoffs pelo Chicago Bulls por 4 a 0. A base segue montada em Dwyane Wade e Shaquille O'Neal. Dono da camisa da NBA mais vendida nos EUA, Wade espera superar os problemas físicos que prejudicaram fortemente a campanha do Heat em 2006/07. O mesmo vale para O'Neal, que aos 35 anos parte para sua 15ª temporada na liga lutando contra o peso do tempo. O elenco conta com outros veteranos, como Antoine Walker (31 anos), Alonzo Mourning (firme aos 37 anos e um transplante de rim) e...Penny Hardaway, que volta a fazer com O'Neal a dupla que surgiu no Orlando há 13 anos. No comando do time, outro com muita experiência: Pat Riley, 12 anos só de Miami. Se as lesões não apareceram, pode ir bem. Mas novo título parece um sonho distante

ORLANDO MAGIC
Depois de ficar em 8º lugar no Leste e ser 'varrido' pelo Detroit na primeira rodada do playoff (4 a 0), a equipe da Flórida decidiu direcionar suas fichas para Rashard Lewis (ex-Seattle). A aposta é alta e arriscada: US$ 110 milhões por seis anos de contrato. O clube também contratou o pivô Adonal Foyle, que nunca brilhou no Golden State. Mas poderá ser útil para dividir a responsabilidade no garrafão com o jovem Dwight Howard, que acertou uma extensão de cinco anos por cerca de US$ 80 milhões. Muito dinheiro gasto que não deve fazer o time ir muito mais longe do que no campeonato passado.

WASHINGTON WIZARDS
Com um dos jogadores de arremesso mais mortal da NBA - o maluco-beleza Gilbert Arenas -, e dois excelentes coadjuvantes para o astro (Caron Butler e Antawn Jamison), o Washington tem tudo para voltar aos playoffs. Os problemas estão no garrafão (Brendan Haywood ainda está longe de ser uma tranqüilidade para a torcida e os reservas não inspiram muita confiança) e na dependência total de seu tripé. Sem Arenas e Butler na primeira rodada dos playoffs da temporada passada, foi presa fácil para o Cleveland (4 a 0).

Marcelo Monteiro mal chega a 1,70m, mas é mortal nas bolas de três. Torcedor fanático do Atlanta Hawks, trabalhou por nove anos em sites das Organizações Globo. Hoje, empresta seus conhecimentos à Textual Assessoria. Escreve sobre basquete às quartas-feiras.

4 comentários:

Anônimo disse...

Marcelão,

Quer saber? Se eu fosse apostar, colocaria pouquíssimas fichas no Celtics. E não é só pelo banco fraco não... Esse PG deles é muito novo, e o Perkins, nos últimos dois anos, tem médias de 4.5pts; 4.6 rebs. Allen e Pierce, convenhamos, já tiveram dias melhores, mas pode ser que tenham um incentivo e decolem de novo. De qualquer jeito, pra título, acho pouco. Muito pouco. Ainda acho que o Detroit é favorito no leste e, no fim, o Spurs é campeão de novo.

Abraços!

Anônimo disse...

Fala comandante. O Boston foi ousado ao trocar a quinta escolha do draft (Jeff Green) por um jogador de 32 anos que perdeu boa parte da temporada passada (27 jogos) por lesão (Ray Allen). O futuro do Boston depende da forma física do trio. Se um se machucar, já era. Abração.

Anônimo disse...

Sobre o Detroit, concordo. Acho que é o time com melhor elenco do Leste. No Oeste, o San Antonio segue extremamente forte, mas Phoenix e Dallas prometem ser obstáculos difíceis no caminho do bi. Abraço

Denis disse...

Acho que o Detroit já está sem combustível pra continuar ganhando, faz dois playoffs que eles não convencem. O Cavs acho bem fraco, o Heat já era e o Celtics é uma incógnita. Pra mim o Leste está totalmente sem dono.

O oeste é como vocês falaram, Spurs, Mavs e Suns disputam o título e Houston e Jazz tentam surpreender correndo por fora.