Por Marcelo Monteiro
O Pré-Olímpico Europeu de basquete, que terminou no último domingo, confirmou o equilíbrio que marca o basquete do Velho Continente. Depois da disputa, mais dois países, além da Espanha (campeã mundial), asseguraram presença em Pequim: Rússia (campeã do Pré) e Lituânia (terceira colocada, classificada na vaga da Espanha, que foi vice). Foram conhecidos também os quatro europeus que vão disputar o Pré-Olímpico Mundial: Grécia, Alemanha, Croácia e Eslovênia.
Principal herdeira da campeoníssima Iugoslávia, de onde muitos querem que venha o novo treinador do Brasil, a Sérvia foi eliminada na primeira fase. A Itália, atual vice-campeã olímpica, não terá a oportunidade de tentar uma nova medalha em Pequim: ficou em 9º lugar no Pré, onde se classificavam do terceiro ao sexto lugares - excluindo os espanhóis. Outra força, a França, de Tony Parker, também verá os Jogos Olímpicos pela televisão.
Vice-campeã mundial no ano passado, com uma vitória sobre os Estados Unidos/NBA no currículo, a Grécia perdeu a disputa da medalha de bronze e terá que suar a camisa para ir à China. E a Rússia, que não conseguiu se classificar para os Jogos de Atenas e nem para o Mundial de 2006, retornou em grande estilo ao cenário, vencendo a Espanha por um ponto na decisão dentro de Madri. Kirilenko (Utah Jazz), eleito o melhor jogador do campeonato, e Holden, o americano naturalizado russo (imagina o que seria isso no tempo da Guerra Fria), comandaram o time ao título.
Há grande chance de termos seis europeus entre os 12 participantes dos Jogos de Pequim. Grécia, Alemanha (se Dirk Nowitzki jogar), Croácia e Eslovênia, herdeiros da velha Iugoslávia, têm tudo para brigar entre si pelas vagas. O Brasil é uma incógnita sem treinador (que será realmente um estrangeiro, mas que somente começará a trabalhar em janeiro, segundo o presidente da CBB, Gerasime 'Grego' Bozikis, em entrevista ao jornal O Globo). Porto Rico, Canadá (salvo a presença de Steve Nash), Líbano, Coréia do Sul, Nova Zelândia, Camarões e Cabo Verde estão abaixo dos europeus.
As chances do Brasil aumentam significativamente se o torneio for disputado na Arena Olímpica do Rio. Em casa, com o apoio da torcida e sob nova direção, o time pode superar dois europeus e levar a sonhada vaga.
Muito se fala da disputa pela sede da competição, mas o Brasil/Rio só tem um adversário: a Coréia do Sul. A idéia da Fiba é que o Pré Mundial seja realizado em julho, bem próximo dos Jogos Olímpicos, que começam em 8 de agosto. E quadras sul-coreanas seriam as ideais pela proximidade das de Pequim. Depende do interesse do país asiático.
Não acredito que a competição ocorra na Europa. Será que alemães, croatas e eslovenos aceitariam de bom grado, por exemplo, jogar na Grécia, nos verdadeiros caldeirões montados pelos torcedores locais? Nenhum time europeu vai querer jogar na casa de outro, dando uma vantagem significativa para o adversário.
Um país neutro seria a solução, mas quem toparia pagar milhões de dólares para organizar um torneio sem a presença de sua seleção? Segundo Grego, o Pré europeu custou US$ 3,8 milhões e o das Américas, US$ 3 milhões. Temos que torcer para que os sul-coreanos não queiram gastar esse dinheiro. Mas la plata é que não falta a eles.
Bandejas
- Começa no dia 26 o Pré-Olímpico feminino. Por ter ficado em terceiro lugar no Mundial de 2006 (vencendo o Brasil por 40 pontos na decisão do bronze), os Estados Unidos precisam brigar pela única vaga em disputa e, com atletas da WNBA, só não ficam com ela se houver uma zebra gigantesca. Ao Brasil, deverá restar o Pré Mundial, que dará cinco vagas para Pequim. A seleção feminina não é muito melhor que a masculina. Consegue melhores colocações mais pela fraqueza das adversárias do que por grandes atuações.
- Alex precisa se benzer. Depois de ser dispensado de San Antonio Spurs e New Orleans Hornets por lesões, o ala-armador sofreu um problema muscular no primeiro treino no Spurs após o convite para testes. Com grande arsenal técnico e bom na defesa, Alex poderia se tornar um jogador bem melhor e ainda mais importante para seleção se atuasse na NBA. Mas os deuses do basquete parecem não querer dar essa oportunidade ao jogador.
Marcelo Monteiro mal chega a 1,70m, mas é mortal nas bolas de três. Torcedor fanático do Atlanta Hawks, trabalhou por nove anos em sites das Organizações Globo. Hoje, empresta seus conhecimentos à Textual Assessoria. Escreve sobre basquete às quartas-feiras.
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