Por Alexandre Mortari
Muricy Ramalho já é campeão, antes mesmo de o Campeonato Brasileiro terminar. Campeão da carência e da chatice. A entrevista do técnico são-paulino após a vitória sobre o Santos foi algo irritante de se ver.
O São Paulo mostrou bom futebol, foi superior ao seu adversário, convenceu e, mesmo assim, Muricy estava irritado no vestiário. Difícil saber o porquê. Talvez um tênis apertado ou uma noite mal dormida.
E não adianta dizer que esse é o jeito dele, que ele é sincero e fala o que pensa. Ele não tem educação mesmo. E, ao mesmo tempo que afasta as pessoas com essa chatice e irritação, fica pedindo carinho e cafuné.
Pede sim, ao ficar o tempo todo reclamando de suposta falta de reconhecimento de seu trabalho, tentando lembrar o tempo todo que o time só está na atual fase porque ele é o técnico. Ou então que certos jogadores, como Hernanes e Breno, estão jogando bem por sua causa.
Muricy trabalha bem, arrumou o São Paulo e não precisaria disso. Mas não vai mudar. Ele acha que é assim e que assim está bom. Azar o dele. Não deve saborear direito o bom momento que vive, pouco após ter sido muito pressionado no cargo.
Porque, não faz muito tempo, o momento era bem ruim. E Muricy não demonstrou tanta segurança assim no cargo. Ou usar Jadílson como titular em toda a Libertadores e, logo após a eliminação, deixar o jogador como segundo reserva e disponível para outros clubes, mostra planejamento e certeza em sua atitude?
Mas isso passou. Muricy vive um grande momento. Mas parece que ainda não percebeu isso. Ou não sabe conviver com seu sucesso.
Alexandre Mortari é veterano nos estádios da terra da garoa. Trabalhou na Rádio Globo, no UOL e na agência MBPress. Hoje, é web editor do MSN. Escreve sobre futebol paulista às sextas-feiras.
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