Por Pedro Ribeiro
Existe um tempo certo para cada coisa, momento oportuno para cada propósito debaixo do sol: tempo de nascer, tempo de morrer, tempo de plantar, tempo de colher
Dois momentos delimitam a vida de qualquer homem: nascimento e morte. Tempos importantes, porém indefinidos. Apesar de especulações, não se sabe o que existe antes do primeiro e depois do segundo. Neste intervalo há vida, sempre regida pelo Senhor Tempo. O Rei é testemunha ocular de emoções, tristezas e alegrias. Dos sentimentos mais humanos e menos humanizados também.
A preocupação do homem com o Tempo é antiga. Teorias científicas e filosóficas são objeto de reflexão por estudiosos ao longo dos anos. Controlá-lo sempre foi motivo de obsessão. Nesse aspecto, nunca tivemos êxito. Mas em uma área fomos além: o esporte desafia o Tempo. Não é, porém, um desafio entre inimigos. É desafio de admiradores mútuos, podemos assim dizer.
Alguém duvida de que o jamaicano Asafa Powell contemple o tempo? O novo recorde mundial dele nos 100m conquistado no Grand Prix de Reini, na Itália, no último domingo, comprova isso: 9s74. Três centésimos abaixo da marca obtida por ele mesmo em 2005. O homem mais rápido do mundo. A frustração da derrota para o americano Tyson Gay no Mundial de Osaka ficou no tempo passado.
O atletismo sempre reservou surpresas ao Rei Tempo.
Berlim, 1936. Antes de chegar à Alemanha, o americano Jesse Owens disse: “Sem querer ser presunçoso, acho que vou ganhar três medalhas de ouro nas Olimpíadas”. Owens, negro, levou quatro na volta para o Alabama: 100m, 200m, salto em distância e revezamento 4x100m. Hitler se retirou do Estádio Olímpico em todas as vitórias de Jesse Owens.
O tempo do Führer é para ser esquecido. O tempo de Owens é para ser lembrado. Goethe dizia que “cada momento, cada segundo é de um valor infinito, pois ele é o representante de uma vida inteira”. Owens unificou tempos cósmico e histórico. O tempo de Owens é eterno.
Alguns homens tentam a eternidade ludibriando o Senhor Tempo. Tolos. Mike Coughlan, ex-projetista da McLaren pode dizer bem. A espionagem na Fórmula 1 contra a Ferrari protagonizada por Coughlan custou à equipe inglesa multa de 100 milhões de dólares, além da desclassificação do mundial de construtores deste ano. Tudo por uns centésimos a menos nas pistas. Tudo pelo Tempo.
Tempo é dinheiro. “Seguiram o conceito errado”, diria o Senhor deste texto. Mas, irônico como ele só, concordaria que, no fim das contas, os dólares a menos na conta da McLaren dariam sentido ao ditado. “Mesmo assim, ficou barato”, sorri Ele.
A falta de sentido é algo inerente ao homem quando o Tempo é mediador dos fatos. Luiz Felipe Scolari sabe disso. Pelas Eliminatórias da Eurocopa, o brasileiro, técnico da seleção portuguesa de futebol, agrediu com um soco o jogador sérvio Dragutinovic. Pediu desculpas a todos. Não ao Tempo diretamente. Não precisava. O Rei sabe que não oferece prazo suficiente para que os homens tomem decisões na hora certa. Seja eu, vocês ou Felipão. Entretanto, pede, sem arrogância, que aprendamos constantemente com Ele.
Há coisas que não voltam atrás. Entre elas o Tempo, sempre no seu progresso fulminante.
Ao me preparar para escrever as últimas linhas deste texto, eis que ouço um zumbido. Não vejo ninguém. É Ele, penso. Nosso único companheiro inseparável ao longo da vida. Não se nega um conselho do Tempo. Termino com as palavras Dele: “Nem todos vivem como devem. Uma coisa é contar os anos, outra é vivê-los”.
A preocupação do homem com o Tempo é antiga. Teorias científicas e filosóficas são objeto de reflexão por estudiosos ao longo dos anos. Controlá-lo sempre foi motivo de obsessão. Nesse aspecto, nunca tivemos êxito. Mas em uma área fomos além: o esporte desafia o Tempo. Não é, porém, um desafio entre inimigos. É desafio de admiradores mútuos, podemos assim dizer.
Alguém duvida de que o jamaicano Asafa Powell contemple o tempo? O novo recorde mundial dele nos 100m conquistado no Grand Prix de Reini, na Itália, no último domingo, comprova isso: 9s74. Três centésimos abaixo da marca obtida por ele mesmo em 2005. O homem mais rápido do mundo. A frustração da derrota para o americano Tyson Gay no Mundial de Osaka ficou no tempo passado.
O atletismo sempre reservou surpresas ao Rei Tempo.
Berlim, 1936. Antes de chegar à Alemanha, o americano Jesse Owens disse: “Sem querer ser presunçoso, acho que vou ganhar três medalhas de ouro nas Olimpíadas”. Owens, negro, levou quatro na volta para o Alabama: 100m, 200m, salto em distância e revezamento 4x100m. Hitler se retirou do Estádio Olímpico em todas as vitórias de Jesse Owens.
O tempo do Führer é para ser esquecido. O tempo de Owens é para ser lembrado. Goethe dizia que “cada momento, cada segundo é de um valor infinito, pois ele é o representante de uma vida inteira”. Owens unificou tempos cósmico e histórico. O tempo de Owens é eterno.
Alguns homens tentam a eternidade ludibriando o Senhor Tempo. Tolos. Mike Coughlan, ex-projetista da McLaren pode dizer bem. A espionagem na Fórmula 1 contra a Ferrari protagonizada por Coughlan custou à equipe inglesa multa de 100 milhões de dólares, além da desclassificação do mundial de construtores deste ano. Tudo por uns centésimos a menos nas pistas. Tudo pelo Tempo.
Tempo é dinheiro. “Seguiram o conceito errado”, diria o Senhor deste texto. Mas, irônico como ele só, concordaria que, no fim das contas, os dólares a menos na conta da McLaren dariam sentido ao ditado. “Mesmo assim, ficou barato”, sorri Ele.
A falta de sentido é algo inerente ao homem quando o Tempo é mediador dos fatos. Luiz Felipe Scolari sabe disso. Pelas Eliminatórias da Eurocopa, o brasileiro, técnico da seleção portuguesa de futebol, agrediu com um soco o jogador sérvio Dragutinovic. Pediu desculpas a todos. Não ao Tempo diretamente. Não precisava. O Rei sabe que não oferece prazo suficiente para que os homens tomem decisões na hora certa. Seja eu, vocês ou Felipão. Entretanto, pede, sem arrogância, que aprendamos constantemente com Ele.
Há coisas que não voltam atrás. Entre elas o Tempo, sempre no seu progresso fulminante.
Ao me preparar para escrever as últimas linhas deste texto, eis que ouço um zumbido. Não vejo ninguém. É Ele, penso. Nosso único companheiro inseparável ao longo da vida. Não se nega um conselho do Tempo. Termino com as palavras Dele: “Nem todos vivem como devem. Uma coisa é contar os anos, outra é vivê-los”.
Pedro Ribeiro tem 26 anos, com carinha de 25. É seguidor atento dos conselhos do Tempo. Quando Este lhe pede, trabalha como Coordenador de Eventos do SporTV. Escreve sobre Esporte e Cultura aos sábados.
Um comentário:
Texto do caralho!
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