Slalom é o patinho feio da canoagem no Brasil (foto: Lydia Gismondi)
Esta semana, está sendo realizado o Mundial de Canoagem Slalom, em Foz do Iguaçu (PR). Além de reunir os melhores atletas do mundo, a competição ainda é classificatória para as Olimpíadas de Pequim, mas nem isso parece animar os atletas brasileiros. Eles ainda não engoliram terem ficado fora do Pan.
Gustavo Selbach, o principal nome do país no esporte, diz que a participação no Pan era a grande chance de a modalidade ter algum crescimento. O atleta de 33 anos, que já esteve em duas Olimpíadas, se diz cansado de ouvir tantas promessas e nenhuma ação. Ele chegou a dizer, inclusive, que a canoagem slalom é discriminada em relação à velocidade.
De fato, a realização de competições e investimento no slalom são muito mais caros do que na velocidade. As diferenças começam no local de realização das disputas. A primeira precisa ser realizada em corredeiras. Já a segunda, em qualquer água parada. O slalom ainda requer a construção de uma pista com controle da pressão da água, pedras, entre outros detalhes.
Apesar de ser mais caro, o slalom é muito mais plástico. Realizado em corredeiras, o esporte lembra o rafting. Mais bonito, mais emocionante e, contando com a diversidade de rios do Brasil, o esporte tinha tudo para crescer no país. Os europeus, principais potências da modalidade, afirmam que a pista do Canal de Itaipu, em Foz do Iguaçu, é uma das melhores do mundo. Não só pelas qualidades técnicas, mas também pela natureza em volta.
Mas, infelizmente, as expectativas não são tão animadoras para o futuro do esporte no país. Se a equipe atual já não tem grandes resultados a não ser participações em Olimpíadas, provavelmente até isso ficará difícil nos próximos anos. Digo isso porque Gustavo Selbach e Cassio Petry, os dois principais atletas da equipe que já estiveram em Olimpíadas, estão bem perto da aposentadoria. Com a saída deles, o que estava ruim pode ficar pior.
O início para a solução do problema seria começar urgente um trabalho de base. A esperança para que o esporte continue no país e, quem sabe, até cresça, é que novos talentos surjam das escolas e de projetos sociais. Para isso, alguém tem que se coçar e investir.
Lydia Gismondi é radical, mas descartou o rafting nas Cataratas. Foi remadora do Botafogo. Trabalhou na assessoria Media Guide, e atualmente é repórter do Globoesporte.com. Escreve sobre esportes aquáticos às quintas-feiras.
Por Lydia Gismondi
Que o esporte amador "não tem investimento, não tem apoio, não tem visibilidade…" todo mundo já está cansado de saber. Mas existem modalidades que parecem viver mais no anonimato ainda. Com a realização do Pan, algumas delas, enfim, foram conhecidas pelo grande público. Outras, entretanto, não tiveram nem a chance de desfrutar dessa oportunidade única. É o caso da canoagem slalom, o único esporte do quadro olímpico que não participou dos Jogos do Rio.
Esta semana, está sendo realizado o Mundial de Canoagem Slalom, em Foz do Iguaçu (PR). Além de reunir os melhores atletas do mundo, a competição ainda é classificatória para as Olimpíadas de Pequim, mas nem isso parece animar os atletas brasileiros. Eles ainda não engoliram terem ficado fora do Pan.
Gustavo Selbach, o principal nome do país no esporte, diz que a participação no Pan era a grande chance de a modalidade ter algum crescimento. O atleta de 33 anos, que já esteve em duas Olimpíadas, se diz cansado de ouvir tantas promessas e nenhuma ação. Ele chegou a dizer, inclusive, que a canoagem slalom é discriminada em relação à velocidade.
De fato, a realização de competições e investimento no slalom são muito mais caros do que na velocidade. As diferenças começam no local de realização das disputas. A primeira precisa ser realizada em corredeiras. Já a segunda, em qualquer água parada. O slalom ainda requer a construção de uma pista com controle da pressão da água, pedras, entre outros detalhes.
Apesar de ser mais caro, o slalom é muito mais plástico. Realizado em corredeiras, o esporte lembra o rafting. Mais bonito, mais emocionante e, contando com a diversidade de rios do Brasil, o esporte tinha tudo para crescer no país. Os europeus, principais potências da modalidade, afirmam que a pista do Canal de Itaipu, em Foz do Iguaçu, é uma das melhores do mundo. Não só pelas qualidades técnicas, mas também pela natureza em volta.
Mas, infelizmente, as expectativas não são tão animadoras para o futuro do esporte no país. Se a equipe atual já não tem grandes resultados a não ser participações em Olimpíadas, provavelmente até isso ficará difícil nos próximos anos. Digo isso porque Gustavo Selbach e Cassio Petry, os dois principais atletas da equipe que já estiveram em Olimpíadas, estão bem perto da aposentadoria. Com a saída deles, o que estava ruim pode ficar pior.
O início para a solução do problema seria começar urgente um trabalho de base. A esperança para que o esporte continue no país e, quem sabe, até cresça, é que novos talentos surjam das escolas e de projetos sociais. Para isso, alguém tem que se coçar e investir.
Lydia Gismondi é radical, mas descartou o rafting nas Cataratas. Foi remadora do Botafogo. Trabalhou na assessoria Media Guide, e atualmente é repórter do Globoesporte.com. Escreve sobre esportes aquáticos às quintas-feiras.
Um comentário:
Com certeza esse esporte só crescerá com investimento, aliás isso serve para qualquer esporte. Espero que algum dia isso vire realidade no Brasil.
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