Só vi Alexandre Pato em ação, ao vivo, duas vezes. Bem longe do Brasil: Internacional 2 x 1 Al Ahly e Internacional 1 x 0 Barcelona, pelo último Mundial de Clubes no Japão.
Ronaldo, que também saiu do Brasil com 17 anos, eu só vi uma única vez, e mesmo assim era pelada: jogo beneficente da Unicef, com Zico, Júnior e até Michael Schumacher no gramado do Maracanã.
Ronaldinho Gaúcho, antes de vê-lo em Yokohama, só havia tido a chance pouco antes da ida para o Paris Saint-Germain: Flamengo 3 x 0 Grêmio, no dia 3 de agosto de 2000. Assim como Kaká, que não lembro qual foi a partida, mas não esqueço dos gritos das “kakazetes” a cada toque dele na bola com a camisa do São Paulo.
Robinho, esse eu nunca vi sem ser pela televisão.
Não pense você que vou pouco a estádios. Pelo contrário, sempre que posso estou no Maracanã. Quando viajo, procuro sempre um joguinho para assistir. Mas está difícil, há muito tempo, acompanhar o nascimento de um craque.
Segundo o jornal O Globo do último sábado, 1.053 jogadores já deixaram o país neste ano para atuar no exterior. É recorde.
Comecei o texto pelo Alexandre Pato por ter sido a negociação de maior repercussão. Não lembro de outro caso em que um grande clube, no caso o Milan, tivesse desembolsado 20 milhões de dólares por apenas um menino. O guri ainda nem é craque, é apenas promessa de sê-lo.
Ronaldo saiu há mais de dez anos. Ainda era um garoto, mas já campeão da Copa do Mundo. O preço? “Apenas” seis milhões de dólares (quase um terço do Pato).
Eu cresci sem vê-lo em ação. Concordo que tive algumas chances, amistosos e eliminatórias no Rio. Não pude ir, por um motivo ou outro.
Ele cresceu longe de mim. De nós. Assim como Pato, que um dia voltará ao Brasil para defender a seleção. E, em breve, Lulinhas, Renatos Augustos e até Neymares só veremos pela televisão – se não forem para a Ucrânia.
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