Por Fernando Andrade
No último fim de semana, vi uma entrevista com o Pelé no canal Sportv e parei para pensar sobre o que seria do esporte sem a presença do negro. Coincidentemente, este ano, o beisebol comemora 60 temporadas desde que o primeiro jogador negro atuou por uma equipe na Major League Baseball (MLB).
Até o final da década de 40, os negros disputavam uma liga paralela, a Negro National League (NNL), que contava, ainda, com a presença de muitos latinos que viviam nos Estados Unidos. Isso motivava, inclusive, a nomeação das equipes, como: New York Black Yankees e New York Cubans. Os dois times, aliás, possuíam a mesma rivalidade existente entre as equipes nova-iorquinas da MLB: Yankees e Mets.
Mesmo com muitos jogos de exibição entre equipes de estrelas da NNL e da MLB, com um equilíbrio muito grande no número de vitórias de cada liga, somente em 1947 um time da Major League decidiu colocar um jogador negro em campo. Depois de três anos no exército e uma temporada no Kansas City Monarchs (NNL), Jackie Robinson assinou, em 1946, com o Brooklyn Dodgers, passando, ainda, uma temporada no Montreal Royals, equipe de base dos Dodgers, antes de, no ano seguinte, fazer sua estréia como segunda-base de um time Major.
Não havia outra opção para Robinson que não fosse a de ser excelente, o melhor. Qualquer outra performance que o colocasse no mesmo nível, ou abaixo, dos brancos jogaria no lixo os esforços de poucos contra a resistência de muitos, para que, finalmente, terminasse o preconceito no beisebol e que brancos, negros e latinos jogassem juntos.
Carregando a responsabilidade de mudar a história do esporte, Jackie Robinson conquistou, em 1947, o título de Rookie of the Year (Melhor Novato do Ano), na Liga Nacional. Na temporada seguinte, mais uma vez foi o destaque da Liga Nacional, levando o troféu de MVP (sigla em inglês para Most Valuable Player, jogador mais valioso), dado ao melhor jogador. Ele foi convocado, ainda, seis vezes para o time das estrelas da Liga Nacional, para disputar o All-Star Game.
Se não fossem as excelentes atuações de Robinson, hoje não apreciaríamos as rebatidas de Barry Bonds ou os arremessos de Pedro Martinez, entre outros. Na verdade, se Jackie Robinson não tivesse derrubado a barreira de preconceito que cercava o beisebol, não veríamos Alex Rodriguez, Ichiro Suzuki, Mariano Rivera, Vladimir Guerrero, Magglio Ordoñez, Chien Ming Wang e muitos outros, já que não eram somente os negros que sofriam com a discriminação nos campos.
A importância de Jackie Robinson para o beisebol é tão grande que, em 1997, a MLB decidiu retirar a camisa 42 de todas as equipes, número que era usado por ele, e só quem já o utilizasse poderia continuar a carregá-lo. Hoje só há um caso, o do arremessador Mariano Rivera, do Yankees. De qualquer forma, após a aposentadoria de Mariano, o número será duplamente imortalizado, se é que é possível imortalizar algo duas vezes, para homenagear Robinson e Rivera, que, para muitos, incluindo eu, é o maior closer de todos os tempos.
Não bastasse tudo que fez pelo beisebol dentro do campo, Jackie Robinson ainda dá exemplo fora deles. Desde 1973, ele está à frente da Fundação Jackie Robinson, que ajuda na educação e desenvolvimento de jovens carentes, oferecendo bolsas de estudo em universidades, além de promover cursos de formação e liderança.
Quando algo ruim acontece, dizemos que a coisa está preta. Mas, no beisebol, isso foi o que de melhor já aconteceu.
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Até o final da década de 40, os negros disputavam uma liga paralela, a Negro National League (NNL), que contava, ainda, com a presença de muitos latinos que viviam nos Estados Unidos. Isso motivava, inclusive, a nomeação das equipes, como: New York Black Yankees e New York Cubans. Os dois times, aliás, possuíam a mesma rivalidade existente entre as equipes nova-iorquinas da MLB: Yankees e Mets.
Mesmo com muitos jogos de exibição entre equipes de estrelas da NNL e da MLB, com um equilíbrio muito grande no número de vitórias de cada liga, somente em 1947 um time da Major League decidiu colocar um jogador negro em campo. Depois de três anos no exército e uma temporada no Kansas City Monarchs (NNL), Jackie Robinson assinou, em 1946, com o Brooklyn Dodgers, passando, ainda, uma temporada no Montreal Royals, equipe de base dos Dodgers, antes de, no ano seguinte, fazer sua estréia como segunda-base de um time Major.
Não havia outra opção para Robinson que não fosse a de ser excelente, o melhor. Qualquer outra performance que o colocasse no mesmo nível, ou abaixo, dos brancos jogaria no lixo os esforços de poucos contra a resistência de muitos, para que, finalmente, terminasse o preconceito no beisebol e que brancos, negros e latinos jogassem juntos.
Carregando a responsabilidade de mudar a história do esporte, Jackie Robinson conquistou, em 1947, o título de Rookie of the Year (Melhor Novato do Ano), na Liga Nacional. Na temporada seguinte, mais uma vez foi o destaque da Liga Nacional, levando o troféu de MVP (sigla em inglês para Most Valuable Player, jogador mais valioso), dado ao melhor jogador. Ele foi convocado, ainda, seis vezes para o time das estrelas da Liga Nacional, para disputar o All-Star Game.
Se não fossem as excelentes atuações de Robinson, hoje não apreciaríamos as rebatidas de Barry Bonds ou os arremessos de Pedro Martinez, entre outros. Na verdade, se Jackie Robinson não tivesse derrubado a barreira de preconceito que cercava o beisebol, não veríamos Alex Rodriguez, Ichiro Suzuki, Mariano Rivera, Vladimir Guerrero, Magglio Ordoñez, Chien Ming Wang e muitos outros, já que não eram somente os negros que sofriam com a discriminação nos campos.
A importância de Jackie Robinson para o beisebol é tão grande que, em 1997, a MLB decidiu retirar a camisa 42 de todas as equipes, número que era usado por ele, e só quem já o utilizasse poderia continuar a carregá-lo. Hoje só há um caso, o do arremessador Mariano Rivera, do Yankees. De qualquer forma, após a aposentadoria de Mariano, o número será duplamente imortalizado, se é que é possível imortalizar algo duas vezes, para homenagear Robinson e Rivera, que, para muitos, incluindo eu, é o maior closer de todos os tempos.
Não bastasse tudo que fez pelo beisebol dentro do campo, Jackie Robinson ainda dá exemplo fora deles. Desde 1973, ele está à frente da Fundação Jackie Robinson, que ajuda na educação e desenvolvimento de jovens carentes, oferecendo bolsas de estudo em universidades, além de promover cursos de formação e liderança.
Quando algo ruim acontece, dizemos que a coisa está preta. Mas, no beisebol, isso foi o que de melhor já aconteceu.
Dois times da Liga Americana já garantiram o título de suas conferências. Na Central, o Cleveland Indians não pode mais ser alcançado pelo Detroit Tigers. Na Oeste, o Los Angeles Angels of Anaheim também possui vantagem que não pode mais ser tirada pelo Seattle Mariners.
Fernando Andrade passou de fã a companheiro de transmissões de Ivan Zimmerman. Jornalista, trabalhou nas rádios Tupi, Nativa, Jovem Pan e Paradiso. É jogador, treinador e presidente da Federação Carioca de Beisebol e Softbol, e escreve sobre o esporte às quartas-feiras.
5 comentários:
jackie é o kra.
eh, na verdade poucos sabem mas a historia do Jackie Robinson eh mto tragica, pois o unico motivo q ele queria sair da negro league era pq queria jogar pro Boston, aih foi pra MLB, fez o maior alvoroco na midia ateh hj a galera faz estatua pra ele, mas na cabeca dele ele nao conquistou nada, pq nunca sequer jogou uma partida no Fenway Park, entao nao pode nem fechar os olhos e fingir q estava vestindo um uniforme do Boston, e ainda por cima jogou 6 vezes a World Series contra os rivais Yankees e perdeu 5. Uma carreira vazia...
Verdade, Tiago.
Torcedor do Boston nasceu para sofrer com o Yankees mesmo. hahahahahah
Sensacional!!! No mundo em que vivemos, rodeados de preconceitos, é importantíssimo destacar as façanhas conquistadas pelas raças discriminadas... Não só dentro do esporte, como bem colocastes no início "o que seria do esporte sem os negros", mas também as conquistas sociais, como a Fundação Jackie Robinson.
Tá na hora do mundo olhar pro lado e entender que todos somos iguais e, pra quem é religioso, irmão, perante Deus.
Adorei o tema e a forma como foi conduzido.
Só não gostei do comentário que você fez para o Tiago... Sem graça!
Até semana que vem!!!
Ah! E vou cobrar a coluna que eu dei a idéia, hein?!?
Beijos
"mundo olhar pro lado"??? Se me permites uma correção: "as pessoas olharem para o lado e entenderem..."
Melhor, né?
Beijos
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