sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O próximo xodó da Copa

Complexo J. S. Blatter, em Samoa, palco das eliminatórias (foto: Fifa.com)

Por Márcio Menezes

Toda Copa do Mundo é assim, pelo menos pra mim: além da nossa seleção, eu elejo uma zebra para dispensar atenção especial. E, geralmente, é batata: esses times viram o xodó de uma grande quantidade de torcedores.

Foi assim com Camarões em 90 e 94 (passei a jogar de calças como meu ídolo N'Kono), despertando a minha atenção para países que eu só conhecia recorrendo ao Atlas. Esse sentimento ficou adormecido até a Copa de 2006, quando voltou à tona com força ao acompanhar o simpático futebol de Trinidad e Tobago, do atacante Dwight Yorke e do goleiro Shasa Hislop, que pegou tudo o que veio na direção do gol contra os poderosos suecos.

Em 2010, podemos ter uma oportunidade histórica: ver um país nanico da Oceania (ou seja, qualquer um deles) na Copa do Mundo. Como a Austrália disputará as eliminatórias asiáticas, a chance de ver um estreante aumentou consideravelmente, embora ainda não seja fácil. Dez times começaram a disputa, e só há meia vaga. Isso mesmo, meia vaga, porque o vencedor das eliminatórias da Oceania disputa com o quinto colocado da Ásia.

Depois de um torneio preliminar - disputado em Samoa -, três times se juntaram à Nova Zelândia: Nova Caledônia, Fiji e Vanuatu. Os quatro disputarão a Copa das Nações, em jogos de ida e volta, todos contra todos. Os dois primeiros fazem a final, também em jogos de ida e volta, para definir o campeão e representante do continente na disputa com o quinto melhor asiático. É emoção garantida. E sou Vanuatu desde pequenininho.

Na Série C, só se pede futebol

Batido o martelo em mais uma questão extra-campo na disputa da Terceirona. O Imperatriz, devido à escalação de um jogador irregular - havia tomado o terceiro cartão amarelo na partida anterior -, perdeu 12 pontos na segunda fase e a sua vaga na terceira etapa. A Tuna Luso foi a substituta. Esperamos que seja a última vez que o Tapetão tenha aparecido no torneio.

Mais bonito do que nunca!

Saiu na semana passada, mas vale à pena dar uma olhada na entrevista do ídolo René Higuita no site da Fifa. A entidade máxima do nosso futebol reconhece toda a alternatividade do colombiano - que completou 40 anos - qualificando o craque como "excêntrico", "espetacular" e "colorido". Além disso, há fotos de antes e depois da cirurgia plástica que mudou o rosto do polêmico jogador.

Esse eu já vi pessoalmente...

Saíram os dois times que conquistaram o acesso à divisão principal do Campeonato Pernambucano: o Salgueiro e o Sete de Setembro. Em dezembro de 2005, passei 15 dias em Garanhuns e pude conhecer o campo do Sete e da AGA, o clube rival na cidade, uma das melhores que conheci no Brasil.

Você conhece?

Leônico

Somente os mais velhos conhecem este simpático clube baiano. Considerada um ex-grande clube da Bahia, a Associação Desportiva Leônico - campeã estadual em 1966 - voltou este ano a disputar competições oficiais após um período de afastamento. Mas os resultados não são nada parecidos com a histórica campanha da década de 60.

Naquele torneio, Bahia, Fluminense, Galícia e Leônico só entraram no segundo turno do campeonato, porque a Federação havia interditado a Fonte Nova por suas más condições de conservação. Como a questão acabou sendo resolvida posteriormente, os quatro clubes entraram em campo para o segundo turno, e o Leônico fez bonito, vencendo oito jogos e empatando apenas dois.

Na finalíssima, em melhor de três jogos, realizados apenas em 1967, o adversário foi o Vitória, mas o Rubro-Negro não foi páreo para o time grená, que venceu o primeiro jogo por 2 a 0.

A invencibilidade caiu no segundo jogo, vencido pelo Vitória por 2 a 1, mas o título não escaparia. Na terceira partida, com 20 mil pagantes na Fonte Nova e renda de 36.183,50 cruzeiros novos - que entrara em vigência dois meses antes -, Zé Reis fez não apenas ambos os gols da vitória por 2 a 1. Ele fez história.

Márcio Menezes é alternativo por natureza. Torcedor fanático do América, do Rio, é profissional de boliche e de futebol de mesa. Trabalhou na assessoria de imprensa do América e foi colunista do Globoesporte.com. Escreve sobre futebol alternativo às quintas-feiras.

Um comentário:

Guilherme disse...

Márcio, bom dia!
Vi esse texto sobre o Leônico e gostaria de saber se você tem mais informações sobre Nelson Cazumbá, que foi campeão baiano naquele time de 1966.
Espero sua resposta.