Por Fernando Andrade
Certamente, quando o escritor francês Alexandre Dumas criou sua principal obra, em 1844, não passou pela sua cabeça que um esporte sem espadas e, até então, recém-criado, se encontraria tão de acordo com o lema adotado por seus protagonistas em “Os Três Mosqueteiros”.
O beisebol deve ser o mais individual dos esportes coletivos. E digo mais. Em determinados momentos, chega a ser solitário, mesmo com tantas pessoas em campo. No futebol, por exemplo, se um goleiro engolir um frango e seu time perder, ele pode ficar marcado pela torcida, provavelmente ficará, mas não carregará uma estatística oficial de derrota pessoal. Assim como não receberá números oficiais de salvação da equipe ao defender uma cobrança de pênalti.
Se bem que, no beisebol, não é em qualquer posição que essa responsabilidade toda é depositada em um único jogador. Somente o arremessador carrega esses números pelo resto da vida. É por isso que, nesse jogo tão americano, se encaixa tão bem a célebre frase gritada por Athos, Porthos e Aramis, que, ao lado de d’Artagnan, defendiam bravamente o reino francês de Luís XIII.
Se a partida de beisebol terminar com nenhum jogador adversário chegando em bases, o arremessador recebe o crédito de ter realizado um jogo-perfeito, mesmo que, para realizar as eliminações, tenha sido necessário um esforço sobre-humano de seus companheiros de equipe. Além disso, será creditada a ele mais uma vitória em seu histórico pessoal, enquanto seus companheiros acrescentarão a seus currículos somente mais um jogo disputado. Da mesma forma, se um deles falhar na defesa e isso custar o triunfo da equipe, por mais que lhe seja creditado um erro, a estatística de mais uma derrota na carreira sobra ao arremessador.
De fato, essa é uma posição tão peculiar que gera a única diferença de regras entre as ligas Nacional e Americana, que formam a Major League Baseball (MLB). Enquanto na primeira o arremessador é obrigado a participar da rotação de rebatedores, na segunda existe a figura do DH (sigla em inglês para Designated Hitter, ou rebatedor-designado), que não assume nenhuma posição durante o tempo em que seu time está defendendo, mas que rebate no lugar do arremessador, ajudando, assim, a poupar o braço dessa peça tão fundamental ao andamento do jogo.
Assim como os mosqueteiros são condecorados com o título de cavalheiro da corte, o melhor arremessador de cada temporada recebe uma honraria, o troféu Cy Young, em homenagem a quem, para muitos, foi o maior pitcher de todos os tempos. Confesso que, talvez por ter nascido 79 anos depois, não lembro muito bem da temporada de 1901, quando Young alcançou a tríplice coroa da Liga Americana com o maior número de vitórias (33), maior número de eliminação por strikes (158) e o menor ERA (1.62).
Na atual temporada, o principal candidato a receber o troféu Cy Young pela Liga Americana é Josh Beckett, do Boston Red Sox, que ainda sofre uma ameaça por parte de C. C. Sabathia, do Cleveland Indians. Na Liga Nacional, o prêmio vai ficar com Jake Peavy, do San Diego Padres. Peavy, aliás, tem números muito mais impressionantes que os de Beckett, que, juntando as duas ligas, só é líder em quantidade de vitórias, 19, contra 18 do arremessador dos Padres.
Como já é líder da MLB em ERA, com um índice de corridas cedidas de somente 2.39, e de eliminações por strike, 225, basta Jake Peavy empatar com Beckett no número de vitórias para conquistar a tríplice coroa da Major League Baseball.
Agora, lembram do lema dos mosqueteiros? Mesmo tendo o arremessador número um da MLB, o San Diego Padres ainda precisa muito da ajuda de todos para garantir uma vaga nos playoffs. Por enquanto, a vaga pelo Wild Card está ficando com San Diego, mas o Philadelphia Phillies ainda promete uma disputada batalha.
O beisebol deve ser o mais individual dos esportes coletivos. E digo mais. Em determinados momentos, chega a ser solitário, mesmo com tantas pessoas em campo. No futebol, por exemplo, se um goleiro engolir um frango e seu time perder, ele pode ficar marcado pela torcida, provavelmente ficará, mas não carregará uma estatística oficial de derrota pessoal. Assim como não receberá números oficiais de salvação da equipe ao defender uma cobrança de pênalti.
Se bem que, no beisebol, não é em qualquer posição que essa responsabilidade toda é depositada em um único jogador. Somente o arremessador carrega esses números pelo resto da vida. É por isso que, nesse jogo tão americano, se encaixa tão bem a célebre frase gritada por Athos, Porthos e Aramis, que, ao lado de d’Artagnan, defendiam bravamente o reino francês de Luís XIII.
Se a partida de beisebol terminar com nenhum jogador adversário chegando em bases, o arremessador recebe o crédito de ter realizado um jogo-perfeito, mesmo que, para realizar as eliminações, tenha sido necessário um esforço sobre-humano de seus companheiros de equipe. Além disso, será creditada a ele mais uma vitória em seu histórico pessoal, enquanto seus companheiros acrescentarão a seus currículos somente mais um jogo disputado. Da mesma forma, se um deles falhar na defesa e isso custar o triunfo da equipe, por mais que lhe seja creditado um erro, a estatística de mais uma derrota na carreira sobra ao arremessador.
De fato, essa é uma posição tão peculiar que gera a única diferença de regras entre as ligas Nacional e Americana, que formam a Major League Baseball (MLB). Enquanto na primeira o arremessador é obrigado a participar da rotação de rebatedores, na segunda existe a figura do DH (sigla em inglês para Designated Hitter, ou rebatedor-designado), que não assume nenhuma posição durante o tempo em que seu time está defendendo, mas que rebate no lugar do arremessador, ajudando, assim, a poupar o braço dessa peça tão fundamental ao andamento do jogo.
Assim como os mosqueteiros são condecorados com o título de cavalheiro da corte, o melhor arremessador de cada temporada recebe uma honraria, o troféu Cy Young, em homenagem a quem, para muitos, foi o maior pitcher de todos os tempos. Confesso que, talvez por ter nascido 79 anos depois, não lembro muito bem da temporada de 1901, quando Young alcançou a tríplice coroa da Liga Americana com o maior número de vitórias (33), maior número de eliminação por strikes (158) e o menor ERA (1.62).
Na atual temporada, o principal candidato a receber o troféu Cy Young pela Liga Americana é Josh Beckett, do Boston Red Sox, que ainda sofre uma ameaça por parte de C. C. Sabathia, do Cleveland Indians. Na Liga Nacional, o prêmio vai ficar com Jake Peavy, do San Diego Padres. Peavy, aliás, tem números muito mais impressionantes que os de Beckett, que, juntando as duas ligas, só é líder em quantidade de vitórias, 19, contra 18 do arremessador dos Padres.
Como já é líder da MLB em ERA, com um índice de corridas cedidas de somente 2.39, e de eliminações por strike, 225, basta Jake Peavy empatar com Beckett no número de vitórias para conquistar a tríplice coroa da Major League Baseball.
Agora, lembram do lema dos mosqueteiros? Mesmo tendo o arremessador número um da MLB, o San Diego Padres ainda precisa muito da ajuda de todos para garantir uma vaga nos playoffs. Por enquanto, a vaga pelo Wild Card está ficando com San Diego, mas o Philadelphia Phillies ainda promete uma disputada batalha.
Fernando Andrade passou de fã a companheiro de transmissões de Ivan Zimmerman. Jornalista, trabalhou nas rádios Tupi, Nativa, Jovem Pan e Paradiso. É jogador, treinador e presidente da Federação Carioca de Beisebol e Softbol, e escreve sobre o esporte às quartas-feiras.
2 comentários:
Muitoooo bom o artigo!!!! Pena que o Beisebol e o Softbol são -ainda, e espero que por pouco tempo- esportes muito pouco divulgados no Brasil. E são os melhores na minha opinião......
Beijos!
Nao vem com essa historia de numeros mais mpressionantes, nao. O trofeu vai pro Beckett, sim. Alguma coisa boa tem que sobrar pro Boston, ne? a que o titulo, ta dificil.
Gostei muito do artigo e ainda me serviu pra descobrir uma diferenca da liga nacional e americana.
Muito bom! Quero jogaaaaaaaaaar!!!
Beijos
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